segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aplicação dos Sistemas Numéricos



Toda eletrônica digital, computação e programação está baseada no sistema binário, que permite representar por circuitos eletrônicos digitais (portas lógicas) os números, caracteres, realizar operações lógicas e aritméticas. Os programas de computadores são codificados sob forma binária e armazenados nas mídias (memórias, discos, etc.)



Em computadores digitais trabalham internamente com dois níveis de tensão, pelo que o seu sistema de numeração natural é o sistema binário. Com efeito, em um sistema simples como este é possível simplificar e calcular, com o auxílio da lógica booleana. Em computação, chama-se um dígito binário (0 ou 1) de bit.



Todo computador possui um conjunto de instruções que seu processador é capaz de executar. Essas instruções, chamadas de código de máquina, são representadas por sequências de bits, normalmente limitadas pelo número de bits do registrador principal da CPU.

As instruções correspondem a seqüencias muito simples de operações, como transferir um dado em memória para a CPU ou somar dois valores e são normalmente interpretadas por micro-código.

Um programa em código de máquina consiste de uma sequência de números que significam uma sequência de instruções a serem executadas. É normal a representação da linguagem de máquina por meio de números (opcodes) constantes e variáveis em sistema binário ou sistema hexadecimal. Alguns computadores também têm seu opcodes representados no sistema octal.



Microprocessadores tem normalmente seus códigos de operação como múltiplos de 2, 8 e 16, pois usam arquiteturas com registradores de 8,16,32,64 ou 128 bits em 2006. Porém, existem máquinas com registradores de tamanho diferente.

Os programas de computador raramente são criados em linguagem de máquina, mas devem ser traduzidos (por compiladores) para serem executados diretamente pelo computador. Existe a opção, em voga atualmente, de não executá-los diretamente, mas sim por meio de um interpretador, esse sim rodando diretamente em código de máquina e previamente compilado.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

VOCÊ É UM NÚMERO

Se você não tomar cuidado vira número até para si mesmo.
Porque a partir do instante em que você nasce classificam-no com número.
Sua identidade é um número. O registro é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é.
Para ser motorista tem carteira com número, e chapa de carro. No imposto de renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento-tudo é número.
Se dos que abrem crediário, para eles você é um número. Se você tem propriedade,
também. Se é sócio de um clube tem um número. (...)
Se faz uma viagem de passeio ou de turismo ou negócio recebe um número. Para
tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações também recebe um, como acionista de uma companhia. É claro que você é um número no recenseamento.
Se é católico recebe número de batismo. No registro civil e religioso você é numerador. E quando morre, no jazido, tem um número. E a certidão de óbito também.
Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás, é inútil o protesto. E vai ver que meu
protesto também é número. (...)
Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um sem número. O si - mesmo é apenas o simesmo.
E Deus não é número.
Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um
número seco, como um osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só 8. Só 7.
Só sem somá-los nem transforma-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuidade.
Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?

Clarice Lispector

Referência: http://www.matematicauva.org/monografias/genese_numeros.pdf